A formação de cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, é uma condição comum, que pode acometer até 10 a 15% da população ao longo da vida. Muitas vezes, o paciente tem apenas um episódio isolado. No entanto, quando as pedras voltam a se formar repetidamente, chamamos de cálculo renal recorrente — e, nesses casos, a abordagem precisa ser diferente.
Quando o problema deixa de ser um episódio único
O cálculo renal recorrente exige investigação. Isso porque, em vez de apenas tratar a crise, o objetivo passa a ser entender por que o organismo está formando cálculos repetidamente e, assim, atuar na causa para evitar novas pedras.
É nessa etapa que entram os exames complementares, que vão muito além da tomografia ou ultrassonografia — que apenas identificam a presença das pedras.
Quais exames são importantes na investigação?
- Exames de sangue: ajudam a avaliar a função renal, níveis de cálcio, ácido úrico, eletrólitos e até hormônios relacionados ao metabolismo mineral. Alterações nesses parâmetros podem indicar risco aumentado de formação de cálculos.
- Exames de urina (geralmente em coleta de 24 horas): permitem identificar excesso de substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico, ou deficiência de citrato, que atua como protetor natural contra a formação de cálculos.
- Análise da composição da pedra eliminada: quando possível, estudar a pedra que saiu é extremamente útil, pois a composição (por exemplo, oxalato de cálcio, ácido úrico, estruvita) ajuda a direcionar a prevenção de novos cálculos de forma personalizada.
Prevenir é tão importante quanto tratar
Tratar apenas os episódios agudos de dor não resolve o problema do cálculo renal recorrente. A investigação é essencial para que possamos orientar medidas específicas, como ajustes na dieta, reposição ou suspensão de determinados nutrientes, uso de medicamentos e acompanhamento mais próximo.
Cada paciente pode ter uma causa diferente — e identificar essa causa é o passo mais importante para reduzir o risco de novas pedras.