O estudo urodinâmico é um exame que ajuda a entender, com mais detalhes, como está funcionando a bexiga: se ela enche de forma adequada, se armazena bem a urina, se consegue esvaziar com eficiência, se há esforço para urinar, escapes ou contrações fora de hora.
Ele costuma ser indicado quando o diagnóstico clínico não está claro ou quando existe a suspeita de que outras alterações, além daquelas inicialmente cogitadas, possam estar envolvidas. Ou seja: é um exame complementar que pode fazer diferença em determinados contextos — mas não é necessário para todos os casos.
Trata-se de um exame rápido, seguro, pouco invasivo e, na maioria das vezes, bem tolerado. Pode ser realizado em consultório, sem necessidade de internação ou preparo complexo.
O que avaliamos no estudo urodinâmico?
Durante o exame, buscamos entender:
- Se o paciente consegue iniciar e manter um fluxo urinário adequado;
- Se há contrações involuntárias da bexiga;
- Se a bexiga se contrai com força suficiente;
- Se há perda urinária sob esforço ou espontânea;
- E se há sinais de obstrução à saída da urina.
Como o exame é feito?
O estudo completo é dividido em três fases principais:
1️⃣ Urofluxometria livre
O paciente urina espontaneamente com a bexiga cheia. Através disso, avaliamos o volume, o fluxo e o padrão da micção.
2️⃣ Cistometria
Com a ajuda de cateteres finos posicionados na bexiga e no reto, monitoramos como a bexiga se comporta durante seu enchimento com soro fisiológico. Avaliamos sensações, capacidade de armazenamento, contrações involuntárias e variações de pressão.
3️⃣ Estudo fluxo-pressão
Após o enchimento da bexiga, o paciente urina novamente, agora com os cateteres posicionados. Essa etapa permite uma análise mais precisa da força de contração da bexiga e das eventuais resistências ao fluxo urinário.
Indicação com critério
O estudo urodinâmico não deve ser solicitado de forma rotineira diante de qualquer queixa urinária. Ele tem indicações bem estabelecidas e deve ser considerado caso a caso, sempre respeitando a história clínica e as hipóteses diagnósticas em avaliação.