O câncer de próstata é um dos tumores mais comuns entre os homens no Brasil, com alta prevalência especialmente a partir dos 50 anos. Em muitos casos, o diagnóstico é feito em fases iniciais da doença, o que permite tratamentos curativos com boas taxas de sucesso.
Entre as opções disponíveis, a prostatectomia radical robótica tem ganhado espaço como uma das abordagens mais seguras e eficazes — especialmente quando falamos em preservação da qualidade de vida do paciente após o tratamento.
Mas afinal: quando ela é indicada e por que vem sendo tão valorizada?
Quando indicamos a cirurgia robótica no câncer de próstata?
A cirurgia robótica é uma forma de realizar a prostatectomia radical (retirada total da próstata e das vesículas seminais) por via minimamente invasiva, com o auxílio de um robô cirúrgico controlado pelo médico.
Essa técnica é especialmente indicada em pacientes:
✔ Com câncer de próstata localizado (ou localmente avançado, em alguns casos);
✔ Com expectativa de vida acima de 10 anos;
✔ Que desejam tratamento curativo com potencial de preservar função urinária e sexual;
✔ Em que a cirurgia seja uma opção preferida frente à radioterapia ou vigilância ativa.
Vale lembrar que a indicação deve sempre ser individualizada, considerando o estágio do tumor, idade, comorbidades e preferências do paciente.
Principais benefícios funcionais da cirurgia robótica
Além dos bons resultados oncológicos (controle do câncer), o grande diferencial da cirurgia robótica está nos benefícios funcionais. E isso faz muita diferença no dia a dia do paciente após o tratamento.
✅ Menor risco de incontinência urinária
A visualização em 3D e a precisão dos movimentos robóticos permitem preservar melhor o esfíncter urinário e as estruturas de suporte da bexiga. Estudos mostram que pacientes operados por via robótica têm retorno mais rápido do controle urinário do que os submetidos à cirurgia aberta convencional (1).
✅ Melhor preservação da função sexual
A disfunção erétil é uma das complicações possíveis da prostatectomia. No entanto, a técnica robótica permite preservação mais precisa dos nervos responsáveis pela ereção, especialmente em pacientes com boa função prévia.
Uma metanálise publicada no European Urology mostrou que pacientes submetidos à cirurgia robótica têm maior taxa de recuperação da potência sexual em 12 meses comparado a outras técnicas (2).
✅ Menos dor e recuperação mais rápida
A via robótica é minimamente invasiva, com incisões menores, menos sangramento e menor uso de analgésicos no pós-operatório. O tempo de internação costuma ser mais curto, e o retorno às atividades do dia a dia é mais rápido.
Tecnologia como aliada, não substituta
A cirurgia robótica não é “melhor” apenas por ser tecnológica. Ela não substitui a experiência e o julgamento do cirurgião, mas é uma ferramenta poderosa nas mãos certas. Quando bem indicada e realizada por profissionais treinados, traz ganhos reais em segurança, precisão e qualidade de vida no pós-operatório.