O câncer de bexiga é uma das neoplasias urológicas mais comuns, ocupando o segundo lugar entre os tumores do trato urinário, atrás apenas do câncer de próstata. Ele afeta principalmente homens acima dos 55 anos, mas há um fator de risco que se destaca e que pode — e deve — ser evitado: o tabagismo.
Fumo e bexiga: uma conexão tóxica
Você sabia que até 80% dos casos de câncer de bexiga estão relacionados ao cigarro?
O tabaco contém mais de 60 substâncias carcinogênicas. Quando inaladas, essas toxinas são absorvidas pela corrente sanguínea e eliminadas pelos rins, sendo armazenadas temporariamente na urina dentro da bexiga. É justamente nesse momento que o contato prolongado com a mucosa vesical pode gerar alterações celulares e levar ao desenvolvimento de tumores.
De acordo com um estudo publicado na The Lancet Oncology, fumantes têm até 4 vezes mais risco de desenvolver câncer de bexiga do que não fumantes (Freedman et al., 2011). Além disso, ex-fumantes ainda mantêm risco aumentado por muitos anos após cessar o hábito, embora esse risco diminua progressivamente com o tempo.
Por que os homens são mais afetados?
O câncer de bexiga afeta mais os homens do que as mulheres — uma proporção estimada de 3 para 1. Isso se deve, em parte, à maior prevalência histórica do tabagismo entre homens, além de maior exposição ocupacional a agentes químicos industriais, outro fator de risco relevante para esse tipo de tumor.
Sinais de alerta
Os principais sintomas do câncer de bexiga incluem:
- Presença de sangue na urina (mesmo que apenas microscópico);
- Dor ou ardência ao urinar;
- Urgência e frequência urinária aumentadas;
- Infecções urinárias de repetição.
Nem sempre esses sinais indicam um câncer, mas devem ser investigados, especialmente em pacientes fumantes ou ex-fumantes.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico costuma ser feito por meio de exames de imagem (ultrassonografia, tomografia) e cistoscopia — um exame endoscópico que permite visualizar diretamente a parede interna da bexiga.
O tratamento depende do estágio do tumor e pode variar de ressecção endoscópica transuretral (RTU), com ou sem imunoterapia intravesical, até cirurgia radical com reconstrução urinária, em casos mais avançados.
Nos últimos anos, a cirurgia robótica tem sido uma aliada importante, principalmente nas cistectomias radicais, permitindo abordagens mais precisas, com menor sangramento e tempo de recuperação reduzido.
A mensagem principal
Parar de fumar é, sem dúvida, uma das formas mais eficazes de prevenir o câncer de bexiga. Mesmo para quem já teve o diagnóstico, o abandono do cigarro reduz o risco de recorrência da doença e melhora os resultados do tratamento.
Ficou com dúvidas sobre sintomas ou exames? Agende uma consulta e vamos conversar sobre prevenção, diagnóstico e tratamento individualizado.