ESPECIALIDADE
Tumores de Suprarrenal (Adrenal)

Os tumores da glândula suprarrenal são crescimentos anormais que podem ser benignos ou malignos e podem ou não produzir hormônios. As glândulas suprarrenais, localizadas acima de cada rim, são responsáveis pela produção de hormônios essenciais, como cortisol, aldosterona, adrenalina e noradrenalina, que regulam o metabolismo, a resposta ao estresse e a pressão arterial.
A maioria dos tumores suprarrenais é benigna e assintomática, sendo frequentemente descoberta incidentalmente em exames de imagem realizados por outros motivos, os chamados incidentalomas suprarrenais. No entanto, alguns tumores podem causar sintomas relacionados ao excesso ou deficiência hormonal, exigindo investigação e tratamento adequados.
Epidemiologia e Fatores de Risco
Os tumores suprarrenais são relativamente raros, mas sua incidência tem aumentado devido à ampla utilização da tomografia computadorizada e da ressonância magnética, que identificam nódulos pequenos e assintomáticos.
Os fatores de risco incluem:
- Predisposição genética, como na Síndrome de Li-Fraumeni e Neoplasia Endócrina Múltipla (MEN).
- Exposição prolongada a corticosteroides.
- Histórico de hipertensão arterial e obesidade.
Os tumores suprarrenais podem ser classificados como funcionantes (quando produzem hormônios em excesso) ou não funcionantes (quando não afetam os níveis hormonais).
Principais Tipos de Tumores Suprarrenais
Adenoma Suprarrenal (benigno)
- Tumor mais comum, geralmente não produtor de hormônios.
- Se assintomático, pode ser apenas acompanhado.
- Se produzir hormônios (como cortisol ou aldosterona), pode causar hipertensão, ganho de peso e fraqueza muscular.
Carcinoma Cortical Adrenal (maligno)
- Tumor raro e agressivo, com maior risco de metástases.
- Pode produzir excesso de cortisol, andrógenos ou aldosterona, causando síndromes hormonais graves.
Feocromocitoma (produtor de catecolaminas)
- Tumor raro e geralmente benigno da medula da suprarrenal, que produz adrenalina e noradrenalina em excesso.
- Pode causar hipertensão arterial grave, crises de sudorese intensa, palpitações, dor de cabeça e ansiedade severa.
- O diagnóstico é feito por exames de sangue e urina, que medem os níveis elevados de catecolaminas, além de exames de imagem para localizar o tumor.
Diagnóstico
O diagnóstico dos tumores suprarrenais envolve:
- Exames de Imagem: a tomografia computadorizada é o padrão ouro para avaliar a forma, o tamanho e as características do tumor. A ressonância magnética pode ser utilizada em casos específicos.
- Exames Hormonais: avaliação da produção de hormônios da glândula suprarrenal, incluindo cortisol, aldosterona, adrenalina e noradrenalina.
- Testes Bioquímicos: teste de supressão com dexametasona para avaliar o excesso de cortisol, dosagem de metanefrinas e catecolaminas para investigação de feocromocitoma.
A biópsia da suprarrenal geralmente não é indicada, pois pode disseminar células tumorais em casos de carcinoma adrenal.
Tratamento
O tratamento dos tumores suprarrenais depende do tipo, tamanho e se há produção hormonal excessiva.
- Adenomas Pequenos e Não Funcionantes (<4 cm): podem ser apenas acompanhados com exames periódicos.
- Tumores Funcionantes ou Maiores (>4 cm): indicam cirurgia (adrenalectomia) para remoção da glândula afetada.
- Feocromocitomas: devem ser tratados com bloqueadores adrenérgicos antes da cirurgia para evitar crises hipertensivas.
- Carcinomas Suprarrenais: o tratamento principal é a cirurgia (adrenalectomia), que consiste na remoção completa da glândula suprarrenal afetada. Além da cirurgia, podem necessitar de quimioterapia e terapia com mitotano para controle da doença.
Cirurgia para Tumores Suprarrenais
A adrenalectomia laparoscópica é a técnica preferida para a maioria dos tumores suprarrenais, pois proporciona:
- Menor tempo de internação e recuperação mais rápida.
- Menos dor pós-operatória e menor risco de complicações.
- Excelente controle da doença em casos indicados.
Achou esse conteúdo útil? Compartilhe.