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Cálculos Renais (Pedras nos Rins)
Cálculos Renais
(Pedras nos Rins)

Os cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são formações sólidas compostas por sais minerais e outras substâncias presentes na urina. Sua incidência tem aumentado globalmente, sendo mais comum em homens entre 30 e 50 anos. No Brasil, estima-se que cerca de 12% da população terá ao menos um episódio de cálculo renal ao longo da vida, e há uma alta taxa de recorrência, chegando a 50% em 10 anos.
Fatores de Risco
Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento dos cálculos renais incluem:
- Baixa ingestão de líquidos, levando à concentração excessiva de minerais na urina.
- Alimentação rica em sódio e proteínas animais, que favorece a formação dos cálculos.
- Histórico familiar de cálculo renal, aumentando a predisposição genética.
- Doenças metabólicas, como gota, obesidade e diabetes.
- Infecções urinárias de repetição, que podem favorecer cálculos infecciosos.
A ingestão adequada de água é o fator de prevenção mais importante! Manter-se hidratado reduz a concentração dos minerais na urina, diminuindo o risco de formação das pedras.
Diferença Clínica: Cálculo no Rim x Cálculo no Ureter
Os sintomas variam conforme a localização do cálculo:
- Quando está no rim: pode ser assintomático ou causar dor leve na região lombar. Em alguns casos, pode haver sangue na urina (hematúria).
- Quando se desloca para o ureter: a pedra pode obstruir a passagem da urina, causando a cólica renal, uma dor intensa na região lombar ou abdominal, frequentemente irradiando para a virilha. Esse quadro pode estar associado a náuseas, vômitos e aumento da frequência urinária.
Diagnóstico: Exames de Imagem
A ultrassonografia pode detectar cálculos nos rins, mas tem limitações para visualizar pedras menores ou localizadas no ureter.
O padrão ouro para diagnóstico é a tomografia computadorizada sem contraste, pois permite identificar até os menores cálculos, além de avaliar a sua localização exata e possível impacto no trato urinário.
Tratamento: Qual a Melhor Abordagem?
O tratamento dos cálculos renais depende do tamanho, localização e sintomas.
1. Tratamento Clínico (terapia expulsiva)
- Indicado para cálculos pequenos no ureter, que podem ser eliminados espontaneamente.
- Em alguns casos, podem ser usados medicamentos como a tansulosina, que ajudam na eliminação dos cálculos.
- Uso de analgésicos e antiinflamatórios para controle da dor e efeito antiespasmódico.
2. Ureterorrenolitotripsia a Laser
- Procedimento minimamente invasivo, indicado para cálculos no ureter ou rins que não foram eliminados espontaneamente.
- Realizado com um endoscópio fino introduzido pela uretra, permitindo a fragmentação do cálculo com laser.
- Alta taxa de sucesso e rápida recuperação.
- Na maioria dos casos, necessitamos do implante de um cateter duplo jota ao fim do procedimento. O cateter auxilia na drenagem de urina e dos pequenos fragmentos de cálculo pulverizados com o laser, além de facilitar a cicatrização da via urinária. Após o período necessário para recuperação, o cateter duplo jota poderá ser retirado tanto em consultório quanto no hospital.
- Nos casos de cálculo nos quais o paciente procura a emergência por infecção, a fragmentação do cálculo não é permitida. Nestes casos, indica-se apenas a desobstrução da via urinária com o cateter duplo jota, com posterior programação de nova abordagem eletiva para retirada do cálculo. A fragmentação do cálculo nestes casos está associada a piora da infecção, acarretando em maiores riscos ao paciente.
3. Nefrolitotripsia Percutânea (NLP)
- Indicado classicamente para cálculos renais maiores que 2 cm.
- Cirurgia minimamente invasiva, realizada por meio de uma pequena incisão na pele, através da qual um nefroscópio fragmenta e remove os cálculos diretamente do rim.
- Melhor opção para cálculos complexos ou volumosos.
4. Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO)
- Indicação restrita para cálculos pequenos e pouco densos.
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